17.11.06
Diggin' - Bicaense 15.11.2006
Tuba, trompete, saxofone e uma bateria quase portátil encheram o ar de cores enquanto, lá fora, a chuva inundava a calçada. O guitarrista de blues, em fundo, permaneceu estático durante toda a actuação. O público (que aliás não era muito) antes pelo contrário. Dois "sets" para uma noite em cheio - apesar de não ser uma noite de enchente, mas de enxurrada.
Mizoguchi, 11.11.2006
13.11.06
Arte em carne, carne em arte
Sexta-feira, 10 de Novembro: era noite de São Martinho, mas era também noite da penúltima apresentação dos OPNI's - Objectos Performativos Não Identificados - que durante algumas semanas ocuparam diariamente as sessões noturnas no Espaço Karnart, uma autêntica ilha no centro de Lisboa.
Em cada dia, um OPNI diferente. Sexta-feira trouxe assim uma noite de convívio relativamente íntimo com «Mica Cardoso», uma «teatróloga do Ministério da Cultura», que se «especializou no trabalho da Karnart» e conduziu os circunstantes (de várias nacionalidades) numa visita ao espólio acumulado por aquele colectivo ao longo da sua existência: filmes, spots, fotografias, apontamentos, currículos, adereços, colaborações, dossiers de produção, contabilidades de produção - enfim, tudo aquilo que fora a menina dos olhos do «falecido Luís Castro». O qual «como toda a gente sabe, se suicidou no ano passado», dizia ainda a Mica.
Foi também mais uma oportunidade para divulgar o conceito de Perfinst criado pelo mesmo Luís Castro nos finais do último século: uma encruzilhada entre performance e instalação, na qual o corpo dos actores se objectifica enquanto os objectos instalados ganham, eles próprios, significações inauditas, uma outra espessura conceptual e mesmo uma certa «carne».
Ah, e foi servido um excelente chá! O que, além de simpático, é até generoso, se atentarmos nos meros 5 euros do ingresso.
Em suma, vale muito a pena estar atento(a) ao calendário da Karnart. A programação para 2007 será anunciada dentro em breve.
The Kills - ao vivo no Lux 05.11.2006
Um concerto à tarde - e ainda para mais em tarde de domingo - é um luxo inesperado; e sobretudo quando é apresentado como um «showcase» só para convidados. Assim se reuniram umas duas centenas de almas para assistirem à primeira apresentação em Lisboa (e possivelmente em Portugal) do duo britânico The Kills, que no entanto já haviam servido de tema à capa da Les Inrockuptibles em Maio de 2003 e à capa da Rock et Folk em Maio de 2005, entre muitas outras.
Trata-se de um dinâmico duo anglo-americano que, com pouco mais do que voz, guitarra e algumas pré-programações, constrói momentos musicais positivamente entusiasmantes. Ele chama-se Jamie Hince, mas hoje em dia é conhecido por «Hotel»; ela chama-se Alison Mosshart, mas prefere ser conhecida como «VV». Já foram fotografados por David Bailey, o que atesta bem que são eles hoje o hype. Ouvem-se neles ecos dos Young Marble Giants (aqui em versão ácida) e do ímpeto de PJ Harvey. Já houve, no entanto, quem chamasse «punk-blues» ao som que produzem. A referência ao punk não é despropositada, se tivermos em atenção alguns dos temas mais fulgurantes do seu repertório: «Fuck the People», e «No Wow» («There ain't no Wow now»). A referência ao blues também não. Na dúvida, podem consultar-se a discografia e as letras das canções aqui.
Citações avulsas a ter em conta: «We don't want to be in a scene. We want to be our own scene» (Hotel). «No-one's gonna know our plan. It's the only way to stay on top of things» (VV)
Explicação de um hiato
De Julho a Novembro vai um grande intervalo. Mas foi um Verão intenso, e particularmente ocupado com a finalização de Brava Dança. Voltemos agora ao fio dos dias.
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